É muito chato. Como diria um amigo meu, é trágico. E o mais trágico não é a situação em si, mas a forma como reagimos a ela. Quando se percebe que os seus maiores medos podem virar realidade de novo, o que fazemos na maioria das vezes? Nos desesperamos, começamos a nos entristecer, a desanimar, a colocar culpa em todo mundo e não atentamos para Deus?
Não somos sinceros com nós mesmos. Vivemos de momentos. Em alguns momentos, estamos bem, em outros, estamos transbordantes da presença de Deus, em outros, sentimos Deus em cada molécula de ar que se respira. Mas depois que esses momentos passam, não nos sentimos mais bem nas nossas igrejas, não vemos mais Deus nem nos projetos missionários, não sentimos mais a presença dEle. Então, culpar a quem?
Pra que ainda procurar em quem colocar a culpa? Procurar regras de religiosidade, procurar o que está certo, o que está errado, o que tem que ser mudado na igreja, nos meus irmãos, nos meus líderes, nos outros, mas nunca em NÓS?
Afinal, quando levaremos o Evangelho a sério, quando iremos demonstrar o amor que dizemos ter por Jesus Cristo? A adoração é algo que deve ser feito em espírito e em verdade, a oração deve ser feita sem cessar, mas até quando iremos nos enganar a nós mesmos pensando que temos comunhão com Deus, quando na verdade vivemos apenas de rituais religiosos?
Nossos líderes têm que pensar em eventos que atraiam a atenção de jovens e adolescentes para a igreja porque o mundo tem se tornado mais atrativo. Ninguém hoje quer pertencer a uma igreja onde a salvação é vendida. Onde os irmãos, as invés de apoiarem, ignoram. Uma igreja que se preocupa mais com o exterior do que com almas.
Vidas.
São vidas que se perdem a cada dia. Você tem noção de quantas pessoas já morreram desde o momento que você começou a ler esse texto até agora? E quantas delas conheciam a Cristo? Você sabe quantas delas vai pro inferno, quantas delas tem o lugar garantido no céu? É triste. É muito triste. E isso não vai acabar enquanto a igreja de Cristo, nós, pararmos de viver numa redoma de vidro, isolada do mundo, e proclamarmos o verdadeiro evangelho de Cristo. O mundo clama por Deus. E o pior disso tudo é ver cristãos (aqui me refiro apenas à religião) que sabem disso, sabem das responsabilidades que têm, mas não se preocupam com isso. Afinal, ele está bem do jeito que está, a vida dele está ótima, pra que ele vai se preocupar em viver de acordo com a Bíblia? Pra que ele vai se preocupar em ler a Bíblia? É um livro tão antigo, ele não entende, é algo que ele não sente necessidade de estar lendo. Enquanto isso, um irmão em Cristo dele está sendo torturado porque foi encontrado lendo uma página rasgada da Bíblia em uma reunião. Uma página que ele conseguiu com tanto sacrifício. Um sacrifício que não é nem comparado ao que um carpinteiro da Galiléia fez há mais de 2 mil anos. Um sacrifício que trouxe paz a eles. Que nos trouxe a paz. Antes, os sacrifícios de animais só conseguiam purificar o exterior. Mas o sangue do Cordeiro, Jesus Cristo, derramado numa cruz, conseguiu purificar não apenas o nosso exterior, mas foi lá no mais profundo, rasgou o véu que nos separava da glória de Deus, e purificou o nosso interior.
Deus se reconciliou com o homem. O véu foi rasgado, e hoje o Espírito de Deus habita naqueles que o buscam. Mas o homem ainda não se reconciliou com Deus, o homem ainda mantém o véu que mantém o seu coração separado da glória de Deus. É por isso que somos tão inconstantes no nosso relacionamento com Deus. Ainda não experimentamos nem um pouco daquilo que Ele tem preparado para nós. Os véus ainda existem. Só depende de nós querermos arrancá-los e experimentarmos viver constantemente com Deus ao nosso lado.
Rasgar o véu é difícil, exige luta, e o nosso maior rival será nosso próprio eu, nossa natureza humana. Não é fácil, mas com certeza, Deus se alegrará se cada um de nós lutarmos, e tentarmos viver como Ele viveu, e como Ele deseja que vivamos. Nosso Pai quer o melhor pra nós. Basta aceitarmos o melhor que Ele oferece. E todo o resto virá como consequência.