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E mais um ano vai se acabando. Sempre nessa época, penso em tudo o que se passou no ano e tento imaginar como será o próximo. Como eu estarei, como as pessoas ao meu lado estarão. E não chego a outra conclusão senão a de que tudo ocorre segundo o coração de Deus. Nós não temos nem ideia de como as coisas serão, nem de como estaremos. Ano passado, nesse mesmo dia, as coisas estavam tão diferentes. E eu imaginava, naquela época, um 2010 diferente. Talvez menos triste, menos sofrido. Um ano mais fácil, mais instigante. Não imaginei que sofreria pelo que sofri. Que iria passar por momentos em que não via mais uma fresta de alegria na vida. Que dificuldades eu enfretaria pra realizar coisas que pensava ser fáceis. Que desanimaria nas situações que deveria estar mais firme em Deus. Pois é, a gente pensa tanto no futuro e idealiza tanto, até parece que nós nunca vimos o provérbio "O coração do homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos." [Pv. 16.9]

Mas é inevitável, é humano. Se preocupar com o futuro, pensar como as coisas estarão. Ter esperança num futuro melhor. É bom. Não é ruim tem esperança num futuro melhor. O que é ruim é deixar que essa esperança nos deixe limitados e impedidos de ver aquilo que Deus tem preparado para nós. Como isso pode acontecer? Talvez você tenha colocado como plano um determinado emprego, mas Deus lhe mostra que esse não é o plano dele, mas sim que você faça outra coisa em outro lugar. E aí, você, que se mostrou tão esperançoso em conseguir esse emprego, acha que deve tê-lo de qualquer maneira, sem ver que Deus tem outros planos para você. E aí vem a frustração, a falta de fé, a desilusão, e o mais perigoso é nos afastarmos de Deus por causa disso.

2011 vem aí.

Podemos fazer nossos planos, fazer nossas idealizações, pensar como fazer com que os erros cometidos nesse ano não se repitam no próximo. Só que, o que precisamos desejar acima de tudo é que não nos afastemos dos braços do nosso Criador. Não são poucas as oportunidades que o mundo coloca na nossa frente de nos afastarmos de Deus, buscando uma nova vida, entregue aos prazeres momentâneos da carne. Ou então, entregues à própria sorte. A Palavra de Deus diz que aquele que perseverar até o fim será salvo (Mateus 24.13). E é isso o que precisamos desejar. Não só nesse final de ano, mas nos próximos, não só pra 2011, mas para os próximos anos que estão por vir (por isso as exclamações no título dessa postagem). É isso o que precisamos desejar e buscar. Ser diferente, ser luz do mundo e sal da terra, sempre caminhando lado-a-lado com aquele que nos criou, nos sustenta até hoje, e prometeu que sempre nos sustentará.

Que Deus nos oriente a tomar as decisões corretas.

Feliz Ano Novo.

Canção da VIDA ²

Mais uma vez, me sinto inerte em meio à canção tocada pelo Maestro. Embora já tenha pensado que vi todos os acordes e arranjos possíveis, embora eu pense que tudo vai permanecer nessa repetição, que o refrão vai ser mais uma vez tocado, o Maestro mais uma vez me surpreende. Um arranjo novo. Um acorde triste, mas que traz em si um toque de esperança. A melodia mudou de uma subida sucessiva de tons para uma melodia mais triste, como se um elemento importante da orquestra houvesse se calado. E, de fato, noto que não somente a música muda, mas a orquestra também. Não são todos os instrumentos que tocam todas as horas, nem todos continuam até o fim. Alguns abandonam a canção. Outros são colocados pelo Maestro para tocarem outras canções em outras orquestras. Pessoas vêm e pessoas vão. Até aquela pessoa que fica lá no cantinho, que toca um triângulo sem graça faz toda a diferença. Eu nem notava isso até que essa pessoa deixou de tocar seu triângulo. E tudo mudou. Algo tão insignificante fazia toda a diferença pra que a música fosse bonita. O triângulo, além do seu som, dava também ritmo pra que vários outros instrumentistas não se perdessem e pudessem tocar de modo perfeito. E eu só percebi isso quando o carinha do triângulo parou. Por que eu não percebi isso antes, pra que assim pudesse olhá-lo com menos indiferença e visse o seu valor? Embora eu não tenha percebido, o Maestro sabia muito bem disso. Mas ele não se mostrou preocupado. Até pensei que Ele não ligava pra a saída de alguém da orquestra. Só que, apesar de eu não perceber, Ele se esforçava pra que a perda de uma pessoa pudesse ser recompensada com uma música mais bonita, mais alegre. Dando segurança pra que os outros instrumentistas não parassem também por não ter mais aquela pessoa do lado. Mas pra que eles pudessem continuar as suas músicas. E tocá-las segundo a intenção do Maestro. Uma canção guiada pelo coração dEle.

É algo vivo. É mais que uma simples canção. É vida.

E vida em abundância.

Apesar de nem todos continuarem, eu sei que preciso continuar. Sendo guiado pelo Maestro e tocar, dançar, me alegrar ao ouvir a sua canção. Preciso aproveitar cada segundo, ouvir cada segundo com o coração aberto pra que eu não venha a não querer mais ouví-la. Aproveitar junto com os outros que comigo tocam, dançam. Nenhum deles vai continuar pra sempre, eu sei. Se não for o Maestro que vier me buscar, a cada dia, eu fico mais perto de me encontrar com Ele.

Mas a canção da vida continua.

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Louvai a Deus pela vida

Flores

Há pouco vi um artigo que falava de uma pesquisa feita nos EUA, e dessa pesquisa foi visto que a maioria das pessoas que se dizem não ter religião são jovens. E desses jovens, a maioria já participou de uma igreja, alguns até nasceram em lares cristãos, mas por um motivo ou outro, saíram, não vão mais à Igreja e quebraram o compromisso que um dia fizeram com Jesus Cristo.

O motivo mais alegado, segundo essa pesquisa, era a falta de tolerância por parte da igreja. Quando tinham dúvidas sobre o evangelho, sobre a doutrina cristã, recebiam respostas vazias, rápidas e ignorantes. Nós, não apenas como jovens, mas como seres humanos nesse mundo, recebemos a cada dia uma carga infinita de influências vindas de todos os lados. São tribos, comunidades, uma turma do colégio, da universidade, cada um com seus conceitos, com seus estilos, e que estão prontos a acolher qualquer um que se encontrar na mesma situação do que a deles.

Mas as igrejas não. Estamos vivendo tempos de mudança no pensamento da sociedade, mudanças nos costumes, mas as nossas igrejas continuam as mesmas. Se um jovem está fora do padrão ético e moral da igreja, ele é logo excluído, se sente por fora. Os pastores e professores de ensino religioso os bombardeiam com dogmas e costumes os quais não entendem, só sabem que devem obedecer a esses costumes sem questionar, sem pestanejar. Aprendem que Jesus é perfeito e que devemos ser perfeitos também, mas não sabem como podem ser isso. Ficam sabendo que a Igreja é o corpo perfeito de Deus, onde Jesus é a cabeça, e os irmãos são as partes do corpo, que respeitam umas as outras e procuram dar o melhor para o seu Noivo, mas não veem os membros da Igreja colocando isso em prática. Veem líderes espirituais ministrando louvores, mas depois ficam sabendo da vida podre que levam. Ficam sabendo que Deus não aceita sacrifícios, não olha o exterior, e não rejeita um coração quebrantado, mas é condenado pelos homens quando aparece na igreja com uma vida podre buscando respostas.

Não é novidade nenhuma que a religião e a igreja não representam essas respostas, mas elas têm essas respostas. Jesus Cristo. E não percebemos que todos os domingos, quando vamos para a igreja, aparecem pessoas que estão sedentas de Deus, procuram algo que os preencha, procuram por abrigo, por carinho, por amor. Quem sabe se o adolescente que você condenou pela roupa que ele usava não precisava de um abraço seu, de uma demonstração de carinho? Quem sabe se o líder de louvor não tá passando por uma dificuldade, e ao invés de apoiá-lo, você simplesmente o condenou porque ele não ministrou a música como você desejava?

Quem sabe se aquela idosa que senta lá atrás estava com os óculos escuros por nada, ou pra que pudesse chorar sem ser notada por ninguém?

Isso é horrível. Deveriam colocar placas em algumas igrejas: PROIBIDO EXPRESSAR SENTIMENTOS. Tem uma música que diz assim: "Apenas quando ninguém está assistindo podemos nos descontrolar completamente?" E no refrão ela diz: "Nós somos pessoas de plástico felizes, debaixo de torres de plástico brilhantes, com paredes em volta das nossas fraquezas e sorrisos para esconder nossa dor?" E nessa música, acredito que o autor dela estava justamente querendo criticar as nossas igrejas, nas quais não se encontra mais o refúgio para o pecador, mas sim um parque no domingo, onde as famílias querem mostrar como são felizes e lindas. Não encontramos mais Deus. Encontramos emoções. E hoje, uma emoção a mais, uma a menos, não surpreende mais ninguém. Uma instituição corrupta a mais ou a menos também não causa impacto. O mundo sente falta de Deus, do cristianismo. E as igrejas precisam levar esse Deus para as pessoas, precisa mostrá-las o amor de Deus, o amor que aqueles que são cristãos precisam ter.

Afinal, Cristo mostrou esse amor, e é nosso dever mostrá-lo também. Me preocupa ver pessoas que saem de igrejas por causa de outras pessoas. Antes, eu costumava culpar as pessoas que saíam, por se importarem mais com as pessoas do que com Deus. Mas hoje, vejo que na maioria das vezes, essas pessoas são só vítimas de todo um sistema. Essas pessoas confiam naqueles que se dizem cristãos e depois veem sua confiança traída por uma pessoa que se diz ser filha de Deus.

E aí, uma vida se perde. Se mantiver a sua fé em Deus, amém. A fé pode até resistir sem ser alimentada, mas é difícil. Assim como uma flor morre pouco tempo depois de ter sido retirada da sua planta, a fé costuma morrer se não houver uma fonte que a alimente. Não é religião que alimenta essa fé, é verdade. Deus nos nutre com todo o necessário para mantermos nossa fé nEle viva. Mas o mundo é tão traiçoeiro que nos desvia a atenção para várias outras coisas que pensamos que podem nos fazer felizes longe de Deus. E como não há irmãos em Cristo que nos apoiem nas horas de angústia, o mundo nos derruba.

E murchamos. Pessoas murcham. Afundam no pecado e se sentem melhores do que quando estavam na igreja, sendo bombardeadas com falsidade e cinismo.

Pessoas estão murchando do lado de fora das nossa igrejas (e do lado de dentro também), procurando pela Esperança que está dentro de mim e de você. Alguém os ouve? Alguém consegue vê-los?

É a resposta pra essas perguntas que pode fazer a diferença. E VOCÊ pode ser essa resposta.